JUVENTUDE NO JARDIM
[Foto do Açude Jardim, tirada por Pe. César]
[Foto da viagem, tirada por Pe. César]
[Foto do encontro, tirada por Netinho Frota]
[Foto do encontro, tirada por Netinho Frota]
No último dia 15 de julho deste ano de 2015, de 7
às 11:30, aconteceu o quinto encontro para jovens de nossa paróquia, uma
experiência que começou no último março. Conforme tínhamos planejado, esse
quinto encontro foi realizado às margens do Açude Jardim, com a presença de 46
jovens de Martinópole, uns quinze representantes da comunidade local e mais nossos anjos animadores: Netinho, Vaniêre, Paulo Ferro, Ana
Kelly, Renne e Madalena. Agradecemos a prefeitura, que nos forneceu o ônibus
para a locomoção.
O encontro constou de três
momentos:
1) Uma hora para a
exploração do local pelos nossos jovens, que ficaram livres para passear pelas
margens do açude, tirar suas fotos e enriquecer suas amizades;
2) Lanche: nas
dependências da Capela de São Pedro, no qual foram servidos sanduíches, bolos e
refrigerantes, tanto para os jovens de Martinópole como para o pessoal do
Jardim que se uniu ao grupo;
3) Momento de
reflexão: durante o qual, os jovens saíram em três grupos para refletir sobre
um texto, que será anexado mais adiante. No final, jovens representantes de
cada grupo expuseram suas opiniões sobre o texto. 11:30h, encerramos o encontro
e voltamos todos para casa.
Durante todo o encontro,
testemunhamos muita alegria e descontração entre os jovens e animadores. Pelo
que se pôde perceber nos rostos de todos, o encontro foi uma verdadeira festa.
Pe. César
TEXTO PARA REFLEXÃO
PEQUENAS COISAS GRANDES (Pe. César)
A causa da angústia, da tristeza
e da infelicidade de muita gente está no fato de procurarem o sentido da vida
fora delas mesmas.
Alguns
acham que sua família é responsável pela sua felicidade e vivem angustiados
pela família que têm ou porque seus pais não lhes dão tudo o que desejam.
Outros
acham que as autoridades, os empresários, os ricos são responsáveis pela sua
vida e vivem se lamentando porque não arrumam um bom emprego, porque não são
lembrados. Enchem-se de ressentimentos contra as pessoas que se dão bem na
vida. “Por que elas têm essa sorte e eu, não?”
Outros
ainda pensam que a realidade física de sua vida é que atrapalha e pensam: “Se
eu tivesse nascido em outra família, em outra cidade...”; “Se eu tivesse
dinheiro pra comprar tudo o que eu quero...”; “Se eu fosse mais magro(a)... Se
eu fosse mais gordo(a)... Se eu fosse mais bonito(a)... Se meus cabelos fossem assim
ou assado...”
Muitos
põem a sua felicidade nas mãos de Deus e ficam esperando um milagre. Se o
milagre não acontece, aí vêm a revolta, as lamentações, as cobranças: “Deus não
existe ou então se esqueceu de mim!”
Em
todos esses esquemas de pensamento está presente o mesmo erro: o sentido de
minha vida está fora de mim! Na verdade, a vida não vem pronta ou determinada
pra ninguém. Não existe um sentido para a vida fora de nós. As pessoas que
seguem um desses esquemas podem ganhar tudo de seus pais (e muitos ganham),
podem conseguir um bom emprego, podem viajar pra outras paragens, podem
encontrar o próprio Deus e ainda estarão insatisfeitas. Como diz Rubem Alves:
“Somos um baú cheio. Quando viajamos, o baú com tudo o que está dentro vai
junto. Chegamos lá, abrimos o baú e nos pomos a representar a mesma comédia que
representamos sempre”.
É
preciso construir a própria vida, a própria história, o próprio caminho, como a
aranha que constrói a sua teia com a baba que sai de seu pequeno corpo, e como
é grande a teia que elas são capazes de construir! Pra imitar as aranhas, é
preciso buscar dentro de si mesmo, em sua própria realidade, na pessoa que você
é, o impulso de seguir adiante. É preciso olhar pras pequenas coisas ou pras
coisas que você julga pequenas, e transformá-las em coisas grandes.
Sua
casa é mesmo feia, pequena, pior que a do vizinho, ou você é que não se dá o
trabalho de melhorá-la, porque não acha que isso seja responsabilidade sua?
Seus
pais são mesmo antipáticos, incompreensíveis, briguentos, miseráveis, como às
vezes você diz e, se não diz, pensa? Ou será você que não dá o mínimo motivo
para que eles sejam diferentes? Já pensou no que eles ou os outros pensam de
você?
Se
você fosse mais magro(a), será que não acabaria querendo ser mais gordo(a),
como tantos querem? Se seus cabelos fossem crespos, será que não mandaria
estirá-los, como é a prática de tanta gente?
Se
Deus aparecesse a você em pessoa, e você pudesse conversar com ele, tocar nele,
o que aconteceria quando ele fosse embora? Bom, a não ser que ele levasse você
com ele (e eu duvido que você queira isso!), sua vida continuaria sendo
responsabilidade sua.
Alguns
viajam para a Europa e voltam dizendo que só viram ruínas por lá. Nós estamos
aqui no Jardim, que lugar mais banal! No entanto, para quem aprendeu a ser
feliz consigo mesmo; para quem sabe transformar coisas pequenas em coisas
grandes, com menos dinheiro e sem viajar 12 horas de avião, poderá transformar
o Jardim num verdadeiro paraíso e chegar em casa mais feliz do que muita gente
dando volta ao mundo!
Quem
aprendeu a transformar o Jardim num paraíso vai chegar em casa olhando as
mesmas coisas que sempre olhou com um olhar totalmente diferente; vai perceber
que as pessoas com quem sempre conviveu se transformaram em novas criaturas;
vai concluir que não precisa ficar esperando pelos outros ou por Deus pra ser
feliz, pois terá aprendido a fazer, por conta própria, seus próprios milagres.
PARA
INTERIORIZAÇÃO
CANTO (Pe. César):
De repente, vejo tudo
como nunca vi. O que foi que mudou, não dá pra explicar. Quem pintou este céu
que, a meu ver, era cinza? Quem deu vida a estes rostos, onde eu não via amor?
E essas flores tão lindas, no jarrinho que às vezes chutei, sempre estiveram
ali? Como pode, se nunca notei. Será que fiquei louco? Estou tendo visões? Ou
talvez, durmo e sonho? Não! Novo é teu olhar, outro é teu pensar,
nova criatura tu és! Se teu olho é luz, tudo será luz, novo faz-se o mundo em
ti!