quarta-feira, 15 de julho de 2015

JUVENTUDE NO JARDIM

 [Foto do Açude Jardim, tirada por Pe. César]
 [Foto da viagem, tirada por Pe. César]
 [Foto do encontro, tirada por Netinho Frota]
[Foto do encontro, tirada por Netinho Frota]


                  No último dia 15 de julho deste ano de 2015, de 7 às 11:30, aconteceu o quinto encontro para jovens de nossa paróquia, uma experiência que começou no último março. Conforme tínhamos planejado, esse quinto encontro foi realizado às margens do Açude Jardim, com a presença de 46 jovens de Martinópole, uns quinze representantes da comunidade local e mais nossos anjos animadores: Netinho, Vaniêre, Paulo Ferro, Ana Kelly, Renne e Madalena. Agradecemos a prefeitura, que nos forneceu o ônibus para a locomoção.
                O encontro constou de três momentos:
1) Uma hora para a exploração do local pelos nossos jovens, que ficaram livres para passear pelas margens do açude, tirar suas fotos e enriquecer suas amizades;
2) Lanche: nas dependências da Capela de São Pedro, no qual foram servidos sanduíches, bolos e refrigerantes, tanto para os jovens de Martinópole como para o pessoal do Jardim que se uniu ao grupo;
3) Momento de reflexão: durante o qual, os jovens saíram em três grupos para refletir sobre um texto, que será anexado mais adiante. No final, jovens representantes de cada grupo expuseram suas opiniões sobre o texto. 11:30h, encerramos o encontro e voltamos todos para casa.
                Durante todo o encontro, testemunhamos muita alegria e descontração entre os jovens e animadores. Pelo que se pôde perceber nos rostos de todos, o encontro foi uma verdadeira festa.
Pe. César

TEXTO PARA REFLEXÃO
PEQUENAS COISAS GRANDES (Pe. César)
    A causa da angústia, da tristeza e da infelicidade de muita gente está no fato de procurarem o sentido da vida fora delas mesmas.
     Alguns acham que sua família é responsável pela sua felicidade e vivem angustiados pela família que têm ou porque seus pais não lhes dão tudo o que desejam.
     Outros acham que as autoridades, os empresários, os ricos são responsáveis pela sua vida e vivem se lamentando porque não arrumam um bom emprego, porque não são lembrados. Enchem-se de ressentimentos contra as pessoas que se dão bem na vida. “Por que elas têm essa sorte e eu, não?”
    Outros ainda pensam que a realidade física de sua vida é que atrapalha e pensam: “Se eu tivesse nascido em outra família, em outra cidade...”; “Se eu tivesse dinheiro pra comprar tudo o que eu quero...”; “Se eu fosse mais magro(a)... Se eu fosse mais gordo(a)... Se eu fosse mais bonito(a)... Se meus cabelos fossem assim ou assado...”
     Muitos põem a sua felicidade nas mãos de Deus e ficam esperando um milagre. Se o milagre não acontece, aí vêm a revolta, as lamentações, as cobranças: “Deus não existe ou então se esqueceu de mim!”
    Em todos esses esquemas de pensamento está presente o mesmo erro: o sentido de minha vida está fora de mim! Na verdade, a vida não vem pronta ou determinada pra ninguém. Não existe um sentido para a vida fora de nós. As pessoas que seguem um desses esquemas podem ganhar tudo de seus pais (e muitos ganham), podem conseguir um bom emprego, podem viajar pra outras paragens, podem encontrar o próprio Deus e ainda estarão insatisfeitas. Como diz Rubem Alves: “Somos um baú cheio. Quando viajamos, o baú com tudo o que está dentro vai junto. Chegamos lá, abrimos o baú e nos pomos a representar a mesma comédia que representamos sempre”.
    É preciso construir a própria vida, a própria história, o próprio caminho, como a aranha que constrói a sua teia com a baba que sai de seu pequeno corpo, e como é grande a teia que elas são capazes de construir! Pra imitar as aranhas, é preciso buscar dentro de si mesmo, em sua própria realidade, na pessoa que você é, o impulso de seguir adiante. É preciso olhar pras pequenas coisas ou pras coisas que você julga pequenas, e transformá-las em coisas grandes.
      Sua casa é mesmo feia, pequena, pior que a do vizinho, ou você é que não se dá o trabalho de melhorá-la, porque não acha que isso seja responsabilidade sua?
      Seus pais são mesmo antipáticos, incompreensíveis, briguentos, miseráveis, como às vezes você diz e, se não diz, pensa? Ou será você que não dá o mínimo motivo para que eles sejam diferentes? Já pensou no que eles ou os outros pensam de você?
      Se você fosse mais magro(a), será que não acabaria querendo ser mais gordo(a), como tantos querem? Se seus cabelos fossem crespos, será que não mandaria estirá-los, como é a prática de tanta gente?
       Se Deus aparecesse a você em pessoa, e você pudesse conversar com ele, tocar nele, o que aconteceria quando ele fosse embora? Bom, a não ser que ele levasse você com ele (e eu duvido que você queira isso!), sua vida continuaria sendo responsabilidade sua.
      Alguns viajam para a Europa e voltam dizendo que só viram ruínas por lá. Nós estamos aqui no Jardim, que lugar mais banal! No entanto, para quem aprendeu a ser feliz consigo mesmo; para quem sabe transformar coisas pequenas em coisas grandes, com menos dinheiro e sem viajar 12 horas de avião, poderá transformar o Jardim num verdadeiro paraíso e chegar em casa mais feliz do que muita gente dando volta ao mundo!
       Quem aprendeu a transformar o Jardim num paraíso vai chegar em casa olhando as mesmas coisas que sempre olhou com um olhar totalmente diferente; vai perceber que as pessoas com quem sempre conviveu se transformaram em novas criaturas; vai concluir que não precisa ficar esperando pelos outros ou por Deus pra ser feliz, pois terá aprendido a fazer, por conta própria, seus próprios milagres.

PARA INTERIORIZAÇÃO

CANTO (Pe. César):
De repente, vejo tudo como nunca vi. O que foi que mudou, não dá pra explicar. Quem pintou este céu que, a meu ver, era cinza? Quem deu vida a estes rostos, onde eu não via amor? E essas flores tão lindas, no jarrinho que às vezes chutei, sempre estiveram ali? Como pode, se nunca notei. Será que fiquei louco? Estou tendo visões? Ou talvez, durmo e sonho? Não! Novo é teu olhar, outro é teu pensar, nova criatura tu és! Se teu olho é luz, tudo será luz, novo faz-se o mundo em ti!


Um comentário:

  1. Que texto! Quem não gosta de sentir-se bem consigo? Nunca estamos plenamente satisfeitos com a nossa aparência. Há sempre a vontade de mudar alguma coisa (o que as pessoas corajosas fazem mesmo que custe muito caro), principalmente no momento atual em que a valorização do belo exterior supera toda a beleza do que trazemos no nosso íntimo. Será? Acho que não! A verdadeira mudança, a transformação deve acontecer dentro do nosso coração. Quando isso acontece, nos tornamos felizes conosco e com os demais ao nosso redor.

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